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As coisas não andavam tão bem assim para Coralina Bonevelho, a mãe adotiva de Maria José. Coralina havia enviuvado recentemente. Quando o ocorrido aconteceu, ela perdeu seu chão. Tentava se distrair da tristeza com seu jardim e alguns passeios ocasionais. Em um deles, Coralina conheceu Brenda Malpaga. Brenda convidou Coralina para conversar um pouco, e se sentaram no banco do jardim.
– Obrigado pelo convite. – agradeceu Coralina – Ficar naquela casa quase estava me deixando louca!
– Não foi nada. – respondeu Brenda. – Aliás, onde é que você mora?
– Ah, subindo a rua, apenas. Não é uma casa grande, mas já está bem para mim.
– Você mora com alguém lá? – perguntou Brenda.
– Ah, eu morava com meu marido, mas ele morreu já faz um mês. – respondeu Coralina. Brenda se sentiu terrível com sua pergunta.
– Meus pêsames. Eu... não queria perguntar isso. Acho que você não gosta de se lembrar... – Brenda desculpou-se.
– Não se preocupe. Superei isso um pouco. – confortou Coralina – Queria que a minha filha me visitasse mais também, mas vive às voltas com o trabalho dela.
– E quem é a sua filha? – perguntou Brenda.
– Maria José, acho que conhece. – respondeu Coralina. – Quer porque quer ser a prefeita da cidade.
– Ah, a Maria? No início da carreira dela, ela se mudou pra uma casa vizinha à minha. Acho que ela será uma ótima prefeita da cidade, mais do que qualquer um. Leva seu trabalho tão a sério... – falou Brenda.
– E você, mora com alguém? – perguntou Coralina.
– Ah, moro com meus dois filhos Eric e Bial... – falou Brenda. – Eric é o adolescente. Adora se meter em encrenca e já me deu tantas dores de cabeça... Acho que ele foi o que mais sofreu quando seu pai morreu.
– Seu marido morreu? Meus pêsames! – respondeu Coralina.
– Não se preocupe... Isso era ainda quando Eric era criança. No dia seguinte da morte de Durango, eu descobri que estava grávida dele. Bial conheceu pouco o pai, quando ainda era bebê. – Brenda falou com pesar. – Ele pergunta constantemente pelo pai... Eu costumo não responder isso a ele... Talvez ele não aguente...
Brenda, em pé, desabou em lágrimas. Coralina levantou tentou confortá-la. Ela parou, e se desculpou.
– Desculpe... Eu não costumo pensar muito nisso... Ele era tão importante para mim, para o meu filho... Desculpe... Desculpe...
– Não, não peça desculpas! – afirmou Coralina – Ele era, e ainda é importante na vida da sua família. Como meu marido era...
Coralina começou a ficar triste também. Seu marido morreu, e ele era muito importante na sua vida. Sua companhia do dia a dia... Anoiteceu. Coralina olhou para Brenda.
– Bom, é melhor você colocar um sorriso gostoso nessa carinha triste. – consolou Coralina. Brenda riu um pouquinho, enxugou as lágrimas, e sorriu novamente.
– Obrigado por essa ajuda, Coralina. – agradeceu Brenda. – Quando você falou isso, me lembrou da minha mãe...
Bem. Muito obrigado pela visita, volte sempre!
– Pode deixar, querida. Eu vou! – respondeu Coralina, com firmeza.
Coralina abraçou Brenda e saiu andando. De repente, Coralina viu um estranho brilho numa casa vizinha. Ela não aguentou a curiosidade, e se aproximou cuidadosamente de uma janela da casa. Viu uma bruxa, mexendo em seu caldeirão. Coralina se surpreendeu, e foi tomada pelo medo. Saiu, tentando fazer o mínimo de barulho, mas acabou chamando a atenção da bruxa. Um brilho verde brilhou Coralina. Ela não sabia o que fazer. Quando viu, estava dentro da casa da bruxa.
– Boa noite. – falou a bruxa, já um pouco alterada. – Então era você que estava se espreitando pela minha casa?
– Mil perdões! Mil perdões! – respondia Coralina, assustada. – Não era minha intenção... Eu...
– Acalme-se. – confortou a bruxa. – Não há nada do que se temer. Mas estou um pouco desapontada com você, Coralina.
No meio de medos e inseguranças, Coralina não se segurou e perguntou:
– Como você sabe o meu nome? – perguntou Coralina.
– Ora, eu sei de tudo e mais um pouco do que está acontecendo em Belavista. – respondeu a bruxa. Nem FOFOCA é tão produtiva. Mas, responda, porque você andou me bisbilhotando?
– Bem... Eu... Bem...
– Ah, não preciso nem pensar. – falou a bruxa, confiante. – Ficou curiosa e decidiu ver que brilho estranho que estava vindo daqui, não é? Coralina, Coralina. A curiosidade matou o gato! Não era assim que seu pai falava?
– Bem... É... – respondeu.
– Pode ir para casa, Coralina. – falou a bruxa. Coralina ia andando para a porta, mas a bruxa interrompeu-a. – Mas antes...
A bruxa fez movimentos circulares com sua varinha em direção a Coralina. Coralina desmaiou. No dia seguinte, acordou com o sol batendo pela janela. Estava, de algum jeito, na sua casa. Ela se sentia um pouco estranha. Ela, então, foi tocar piano.
Estranhou que havia uma estante no lugar da porta que ia para sua sala de músicas. Como iria entrar lá? “Será que não é uma daquelas estantes de filmes que tem uma passagem secreta?”, pensou Coralina. Pegou um livro diferente dos outros e a porta se abriu. Ao entrar na sala (que antes só tinha seu piano), encontrou um livro de feitiços e um caldeirão. Encontrou também um bilhete manuscrito.