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Trilha Sonora[]
- Nesta Simsérie, pretendo deixar, em cada capítulo, links para as músicas que eu ouvi enquanto o escrevia. Só... achei que seria legal.
Trilha sonora O(A) autor(a) separou para você uma música para você ouvir enquanto lê o capítulo! The Zombies - She's Not Here (reproduzido automaticamente) |
O Capítulo[]
Laura estava casada com Vladmir Caixão havia vinte anos. Nunca havia tido qualquer interação romântica com nenhum outro homem além dele, a quem conhecia desde a infância, e nem tinha desejado. Nunca estivera louca de amores pelo marido, mas o amava, apesar disso. Um amor conquistado pela convivência, nunca tendo passado pela fase da paixão.
Tinham dois filhos. Cassandra, Caixão até a medula, naquela altura contando 18 anos, e Alexandre, um bebê de três. E foi por Cassandra que conheceu Don Lotário.
Cassandra o levara para jantar, queria apresentá-lo à família. Laura notou que Vladmir detestara de primeira o genro, e não esperaria outra coisa. Mas ela não. Don era a personificação do herói com quem havia sonhado desde a infância - era alto, moreno, tinha olhos verdes, e o sangue quente. Ah, ela podia sentir isso. Era igual a ela, um romântico. E na versão masculina - era um verdadeiro Casanova. Começou a ferver.
A noite foi complicada. Não conseguia tirar o genro da cabeça, por isso havia se retirado mais cedo da sala de jantar. Envergonhava-se. "Sou uma velha", pensava. "Uma velha apaixonada por um rapaz, um rapaz que namora a minha filha!". Quando Vladmir apareceu no quarto e se deitou ao seu lado na cama, deixou que a beijasse. Mas ele lhe pareceu excessivamente velho, excessivamente delicado, excessivamente ele. Vladmir Caixão não era Don Lotário, por isso, quando ele fez menção de lhe tirar as roupas, Laura o empurrou, fazendo com que ficasse ferido e triste.
Não dormiu naquela noite. "Como posso ficar desse jeito por um homem que acabei de conhecer? Eu tenho um marido, dei dois filhos a ele. Eu amo meu marido!" Pelo menos achava que amava. Rolou mais um pouco na cama. Cheirava a desespero e ao marido, sentia-se suja. Talvez um banho a acalmasse.
E acalmou, temporariamente. Ficou na água até que esfriasse e ela pudesse sentir que o corpo inteiro derretera, numa doce letargia. Quando finalmente eram seis horas da manhã, desceu até a cozinha e começou a preparar o café da manhã da família.
Fizera mais ou menos isso em todos os dias dos últimos vinte anos. Às seis e meia, Vladmir e Cassandra desceram, e os três comeram a refeição em silêncio - Vladmir não falava porque ainda estava magoado com a esposa, Laura não falava porque estava perdida em seus pensamentos e auto-recriminações, e Cassandra simplesmente não falava.
Às sete e meia, eles saíram para trabalhar.
Às oito, alguém apertou a campainha.
- Don? - ela não sabia o que tremia mais, as pernas, as mãos ou a voz. Ele estava ali, um sorriso no canto da boca, os olhos verdes mostrando terceiras e quartas e quintas intenções. Será que havia na verdade dormido, em vez de ter ficado insone, e estava sonhando? Estou parecendo uma adolescente, que diabos! - O que você está fazendo aqui?
- Olá, Laura - o jeito que ele dizia o nome dela era por si só sedutor. As pernas tremeram mais. - Vim ver a Cassandra, ela está? - Ah, claro.
- Não. Ela está no trabalho. Volte depois. Vou acompanhar você até o portão.
Ele pareceu desencorajado, pela forma como Laura falou. E era exatamente isso o que ela pretendia. Era o namorado de Cassandra, afinal.
- Então... ela volta às três, Don.
Em vez de responder, ele a envolveu com os braços e lhe deu um beijo na boca.
Laura se permitiu saborear o momento, sabendo que provavelmente jamais aconteceria novamente. Nunca havia sido beijada daquela forma. Aliás, Vladmir mal a beijava em público. Don tinha braços fortes, era quente. Sangue quente, ela se lembrou. Mas depois de alguns segundos o empurrou.
- O que você pensa que está fazendo?
- Ora, Laura! Não vai me dizer que não gostou!
- É claro que não!
- Então por que... - Mas ela não deixou que ele respondesse.
- Você é namorado da minha filha! Como posso permitir que me beije dessa forma? Aliás, como posso permitir que ela fique com você depois disso? - nada do que dizia produzia o menor impacto em Don, que permaneceu sorrindo de escárnio.
Depois, se desculpou "Perdão, senhora Caixão. Talvez eu tenha me excedido diante de sua impactante beleza", e desceu a rua. Não se preocupava nem um pouco - sabia que ela tinha gostado.