Propriedade O conteúdo desta página é de propriedade de EiSSy. A menos que a edição seja construtiva ou de poucos detalhes, peça permissão ao autor para editar a página. |
– Alô!
– Oi, quem fala?
– Ora, sou eu!
– "Você" quem?
– Sou conhecida como... Mãe Rainha.
– Oh céus, é você! Vamos, me diga! Conseguiu raptar Laura?
– O que você acha? Meus empregados são competentes. Isso é, às vezes.
– Hehe! Explêndido! Mal vejo a hora de ver a reação do babaca do Vladmir ao saber que sua querida esposa sumiu para sempre!
– Vai com calma! Saiba que ainda estou com ela, preciso ainda receber meu pagamento. A não ser que queira ver seu plano indo por água abaixo...
– Relaxa, eu sou uma pessoa de palavra. Deixe-me desligar, senão vou acordar a... Bom, você sabe quem!
– Logicamente. Ligue-me depois.
~*~
Toda a Belavista estava na delegacia no dia seguinte.
– Você é mesmo um irresponsável, Don Lotário! Eu sabia! Foi um erro Laura ir até sua casa! – Vladmir estava alterado.
– Tô falando, Vladmir! Sua mulher desapareceu da minha casa!
– Não vem com conversa fiada! Está bem claro que você a sequestrou e está arrumando essa desculpa pra livrar a cara! Mas a mim você não engana, cafajeste!
– Entenda de uma vez por todas o que aconteceu, homem: eu fui ao banheiro, ela ficou olhando pelo telescópio, eu ouvi um barulho estranho, e quando voltei, ela desapareceu!
– Ora, que absurdo! – dizia Vladmir, que, apesar de achar a história um pouco estranha, sabia que podia ter um fundo de verdade. Afinal, anos de pesquisas científicas provaram ser possível a existência de algo semelhante ao que Don descreveu: abdução por extraterrestres. De qualquer maneira, ele não iria concordar com nada que fosse a favor de Don.
– Com licença, o que está acontecendo aqui nesta delegacia?
Era o delegado John, que havia acabado de chegar e topado com praticamente toda a vizinhança no local.
– Bom dia, senhor delegado – cumprimentava Vladmir – o problema é que esse sujeito sequestrou minha es...
– Eu não sequestrei ninguém, Vladmir! Eu já falei, ela desapareceu da minha casa!
A discussão começou novamente.
– Parem! – John tentava conter a algazarra. – Vou chamar cada um dos dois até a minha sala para conversarem. Com esse alvoroço, nada será resolvido. Senhor...? – o delegado olhava para Vladmir, esperando que ele lhe dissesse seu nome.
– Vladmir.
– Pois bem, senhor Vladmir, o senhor é o primeiro. Acompanhe-me até minha sala, por favor.
Vladmir seguiu o delegado.
_Sente-se, por favor.
Vladmir obedece.
– Pois bem, conte-me o que aconteceu.
– Minha esposa foi até a casa de Don, para jantarem juntos. Ela queria conhece-lo melhor, porque minha filha, Cassandra, tem certo interesse por Don, o que na certa é um erro.
– Espere, senhor Vladmir. O que o senhor vê em Don que lhe incomoda?
– O homem é um cafajeste. Além de ser um vagabundo desocupado, adora farrear. Vive dando festas em casa. Isso sem falar da quantidade de namoradas que ele já teve. Certamente não é um tipo confiável.
– Entendo, senhor. O que o leva achar que sua mulher foi sequestrada por ele? Isso é, Don teria motivos para sequestra-la?
– Justamente por ser um canalha. Eu não confio nele, desde que o vi pela primeira vez. Eu peço que investiguem bem o caso.
– Fique tranquilo, nossas equipes já estão espalhadas por toda Belavista à procura de Laura.
Depois de mais uns minutos de conversa, Vladmir e o delegado John surgiram na recepção.
– Pois bem, agora o senhor... Don, certo?
– Certo. E, por favor, eu dispenso formalidades. Apenas “você” já é necessário.
– Ok, Don. Acompanhe-me.
Os dois se sentaram.
– O senhor Vladmir o acusou de um seques...
– Eu sou inocente, delegado! Eu juro! A mulher desapareceu, e...
– Acalme-se, Don. Não estou acusando ninguém. Você tem alguma rixa com Vladmir?
– Bom, o velho gosta de implicar comigo, porque eu gosto de apreciar o que é bom, entende? Mas eu nunca fiz nada de errado, delegado!
– Entendo... O que aconteceu antes de Laura sumir?
– Bom, a gente teve um pequeno desentendimento, mas acabamos nos resolvendo em seguida. Depois eu fui ao banheiro, ouvi um barulho e quando voltei, a mulher sumiu!
– Que tipo de barulho?
– Sei lá, parecia um avião.
– Entendi, Don. – houve uma pausa – Don, espero que entenda. Você é um dos suspeitos do s...
John não conseguiu terminar de falar, foi interrompido por Don.
– O QUÊ? MAS EU NÃO FIZ NADA, DELEGADO! EU JURO!
– Acalme-se! Não estou o acusando! Precisamos primeiro juntar provas. Todas as pessoas próximas de Laura Caixão são suspeitas, inclusive Vladmir. Grato pelo depoimento. Pode se retirar.